quarta-feira, 30 de julho de 2008

Título? No, tks.

O sol batia no rosto, mergulhando no quarto pela fresta da janela. Era bem tarde, mas pra quê acordar? Ali, debaixo das cobertas, o mundo é só a gente e os nossos pensamentos. Só que a obrigação desperta e te joga pra fora da cama, sem cerimônia. Já começa mal.
Quando é assim parece que o mundo decide notar-lhe ou surgir para você. Alguém sempre aparece e você é obrigada a forçar um sorriso falso. Regra da boa convivência, eu te odeio nesses dias.
Então, arruma-se e parte pra rua. Sol causticante, ônibus cheio, trânsito, motorista que pára à 15 km do seu ponto, vendedores ambulantes ocupando toda a calçada, tias com bolsas e sacolas paradas olhando pro nada e atrapalhando sua passagem, correria pra chegar no horário, aula legal mas monótona, gente demais pro meu gosto em todos os cantos, falatório e gritaria, aula monótona - parte 2, voltar cansada, ônibus lotado com retardados que te obrigam a descer e pegar outro, outra condução abarrotada, trânsito, motorista barbeiro, gente parada na porta para atrapalhar quando você vai descer, sinal que não fica verde, motorista que quase te atropela, vizinha puxando assunto, pessoas demais, perguntas demais, silêncio de menos.
Um dia típico de TPM, força máxima.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Conjugando.

Acordar. Colher. Aprender. Suportar. Descansar. Fingir. Comer. Conversar. Hidratar. Defecar. Sorrir. Cantar. Ouvir. Discutir. Inovar. Dormir. Relacionar. Guardar. Descobrir. Lavar. Correr. Olhar. Criar. Incendiar. Procriar. Unir. Morar. Evoluir. Formar.

Ele listava os verbos, ao acaso. Eis que na lista surgiu aquele: o ousado usar. Não veio com manual de instruções nem restrições, o que lhe tornou muito mais atraente.
E ele o apanhou com as mãos, guardou com cuidado e preparou-se para saborear de seus privilégios. Esperou pouco por isso, eis o problema. Despreparado e imaturo, mergulhou nos mares furtivos do verbo, sem leis ou moral.
E daí em diante, ele - o mundo - sofre com gente que usa de autoridade, conhecimento, riqueza, miséria, esperteza, luxúria e poder à favor de seus míseros e egocêntricos interesses.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

E da muralha caiu uma pedra.

Querendo ser rígida, forte, superior a todas as tempestades, sobrevivente de todas as catástrofes. Mas peca por ser real, por sentir e por viver. Não há fortaleza capaz de barrar o inevitável, de controlar o tempo e o destino - coisas tão independentes à sua vontade e invencíveis na luta vã que decretara.
Eis que um dia o vento e a chuva vencem. Sua rigidez e imponência se esvaem nas partículas do ar e uma gota - que nasce dela - escorre por entre seus frisos, umedecendo-a por dentro. A estrutura supostamente tão forte é desmascarada; o interior corroído e abalado aflora, publicando a verdade escondida. Ou não.
Enfim, cai uma pedra: aquela que sustenta toda a construção. Os que olham apenas esperam, temerosos ou solidários, a derrocada final. E ela será um recomeço, nada mais que um recomeço.

sábado, 12 de julho de 2008

Por quê?

- Mãe, por que as árvores são tão grandes?
- Porque elas comem bastante. É o que você devia fazer pra crescer também.
- Mãe... Quero saber essas coisas sérias que passam naquele canal chato cheio de animal e com aquele moço que tem voz de filme.
- Tá bom, tá bom! Olha, elas primeiro são sementes bem pequenas, que fi...
- Ah, semente não! Você também ficou falando essas mentirinhas quando eu perguntei como eu tinha nascido e depois a tia Lúcia falou que você e o papai tinham feito coisinhas!
- Mas as sementes da árvore existem mesmo, filha. A vovó compra um monte delas pra plantar no jardim dos fundos. Elas são bem pequenininhas, do tamanho de um feijãozinho.
- Huum, e de onde vem a folhinha?
- Pois então: a semente vai crescendo lá debaixo da terra, começa a criar galhinhos, depois vem as folhinhas... Passados muuuuitos anos, ela vira essa árvore enorme aqui.
- Que legal! Eu podia ficar grandona igual uma árvore, né mãe?
- Aí você não caberia nas roupas, nem na cama, nem em casa. Pessoas não podem crescer tanto, querida.
- Por isso o papai morreu? Por que ele era grandão?
- Não, filha. Papai não era grande como uma árvore. Ele só era um homem alto.
- E por que o papai do céu levou ele?
- Porque ele tinha feito um acordo com o seu pai e os dois haviam decidido que aquela seria a hora dele se juntar aos amiguinhos de lá.
- E por que o papai não combinou outra hora com ele? Por que ele não esperou eu sair da sua barriga?
- Isso só o seu papai e o do céu sabem responder, mas provavelmente foi a melhor escolha. Sabe aquelas conversas que você tem à noite com ele, antes de dormir?
- Aham.
- Pergunta nessa hora. Hoje, por exemplo, você pode fazer isso.
- Mas Deus não me responde, mãe. Ele só ouve e me protege...
- Ele não vai te responder na hora, mas um dia responderá.
- Papai do céu não sabe que pergunta de criança tem que ser respondida na hora?

Um silêncio, uma piscada, uma risada inocente e um abraço para terminar o passeio no fim de tarde primaveril.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Happy Beatles Day!



Pra comemorar ouvindo: If I Fell


[Tentei upar o vídeo, mas o blogger ficou de frescura! E obrigada pelas recomendações do post anterior! Perguntinha: quem é a de férias? :P]

sábado, 5 de julho de 2008

Procura-se.

Tô caçando um livro interessante na estante aqui de casa, mas nenhum me agradou até agora. E olha que as opções são muitas. E boas.

Alguém me indica alguma coisa? :D



[Queria mesmo uma viagem... Uns 5 dias só pra mim - ou não, ficadica - seriam maravilhosamente reconfortantes, física e psicologicamente falando.]